Sumário da Viagem Enogastronômica pela Europa

INTRODUÇÃO

Este blog é o relato de uma viagem enogastronomica pela Europa sob o ponto de vista de um casal de brasileiros, estudantes amadores de enogastronomia e profissionais da area de farmacia e computação, na faixa dos 30 anos. A viagem realizou-se de 5 setembro a 4 de outubro de 2008 porem os textos começaram a ser escritos antes da viagem. Durante a viagem os textos foram estruturados por etapas. Esta introdução visa apenas concluir este blog e criar um sumário para todos os textos postados.

PARTE UM – Roteiro

Sobre este Blog: maiores informações sobre a nossa viagem

Hoteis: onde iremos nos hospedar e as nossas avaliações

PARTE DOIS – Preparação

Preparação antes de viagem de férias

Trocar R$ (Reais) por Euros

A Mochila

A importância da Internet: reservas, hoteis, pagamentos, mapas, comunicação

Dicas de um amigo em Esposende, Portugal

Provence, vinhos rosés e tipicidades da culinária

PARTE TRÊS – Relatos da Viagem

Pouvez-vous parler plus lentement s’il vous plaît? Croissant e Paulo Vanzolini

Ilha da Madeira, o Festival do Vinho e os 500 anos de Funchal

Primeiras impressões …

Vinho Madeira Terrantez 1976, Carro de Cestos e Tubos Eolicos

As Caves do Vinho do Porto, Supermercado português e Queijo da Serra da Estrela

E a viagem vai ficando cada vez melhor…

Quinta da Fonte Nova (Fuseiro), Quinta do Cotto e Luis Pato

Herdade do Esporão, Moscatel de Setubal e as Rotundas de Évora

Pastelaria Portuguesa, Restaurantes Vegetarianos e Oceanario em Lisboa

Saudades da Viação Cometa, Um Pouco de Enogastronomia e Observações sobre Língua, comportamento e música …

Vinhos de Jerez e Sanlucar de Barrameda, Leveduras, Soleiras e Criadeiras

Novidades em Bordeaux, Saint-Emillion e Chateau Cardinal-Villemaurine

Paella de Legumes, Tortilla de Patatas e Cava (espumante)

Sistemas Provençais e Rotas da Cote D’Azur (França)

Feira em Aix-en-Provence e Vinhos Chateauneuf-du-Pape

Creperia, Les 100 Meilleurs Vins Pour Une Cave Ideale e as Comidas do Mercado Champion

Conclusões e Novos Projetos

Conclusões e Novos Projetos

Nossa chegada ao Brasil foi marcada por uma felicidade diferente, aprendemos muito sobre enogastronomia, sob um viés amador, e tambem sobre as pessoas. Agora queremos aplicar o que aprendemos lá e conhecer mais sobre o que o Brasil tem a oferecer, principalmente em gastronomia e bebidas. Por aqui a riqueza em cereais, frutas, legumes e hortaliças é muito maior do que a Europa toda tem a oferecer, porem vinhos realmente ainda deixamos muito a desejar. Um fator que precisamos desenvolver por aqui é o autoconhecimento em relação ao valor de nossas regioes e microregioes. Na França as regioes e microregioes sao delimitadas atraves das A.O.C que significam o conhecimento acumulado de seculos em relação as caracteristicas do lugar. Por aqui nao temos isso, ainda estamos muito na fase da tentativa e erro, mas podemos acelerar o passo.

Depois dessa viagem queremos fazer o mesmo novamente, porem no interior do Brasil, talvez Minas Gerais, conhecendo os produtores de queijos, cogumelos, cachaça, enfim ainda estamos pesquisando o que será. Imagino que seremos muito bem recebidos e teremos visitas muito ricas.

Uma boa decisão de nossa parte foi especificar nossa viagem, apesar de termos saido de nosso foco enogastronomico em algumas oportunidades, isto foi o que nos norteou durante todo o tempo. Em algumas cidades, Paris por exemplo, é facil perder-se do foco inicial. Espero que este site sirva as pessoas que estão em busca de algo diferente para conhecer na Europa, nós sugerimos uma viagem em busca da gastronomia e dos vinhos.

Creperia, Les 100 Meilleurs Vins Pour Une Cave Ideale e as Comidas do Mercado Champion

30 set/01-02-03-04 out 08
Paris

Nossa chegada em Paris dia 30 de setembro foi marcada pela visita a Torre Eiffel e almoço numa otima Creperia, a noite conhecemos o famoso mercado gourmet Le Grand Epicerie. Dia 1 de outubro conheci as livrarias de St Michel e a Isabel fez um tour de onibus, a noite fomos a Pizzaria Pino na Champs-Elysees. No dia 2 fui ao Centre Pompidou enquanto a Isabel fez curso de Confeitaria no Hotel Ritz. Dia 3 fiquei no hotel escrevendo e a tarde fui novamente ao Centre Pompidou enquanto a Isabel reservou o dia para seu curso na escola de gastronomia Le Cordon Bleu. Dia 4 fizemos checkout no hotel e fomos ao Musee Du Vin de Paris, no final da tarde fomos para o Aeroporto.

Chegamos em Paris de trem, vindos de Marseille, na Gare de Lyon as 11h00. O tempo estava encoberto e fazia frio. Pegamos um taxi para o Hotel Ajiel (www.ajiel-hotel-paris.com), rue de la Convention, 237, custo de 15 euros. Minutos depois já estavamos na rua, em busca da Torre Eiffel, um dos pontos turisticos mais procurados do mundo. Andamos 500 metros ate a estacao de metrô Convention e compramos 10 tickets unitarios para metrô, a 11,40 euros. De metrô fomos até a estação Pasteur, em seguida pegamos o metrô para a estação Bir-Hakeim. Andamos a pé alguns metros até a famosa torre Eiffel.

Nesta epoca da primavera Paris está cheia de folhas no chão, sendo a maioria delas a folha da foto a seguir. O que achei curioso é que esta é a folha que tem na bandeira do país do Canadá.

Esta folhinha tambem tem na bandeira do Canada

Esta folhinha tambem tem na bandeira do Canada

Terminado o passeio na Torre Eiffel precisavamos almoçar e optamos por uma Creperia proxima a um dos restaurantes que tinhamos como um de nossos objetivos. Desistimos deste restaurante ao vermos um pedaço de traseiro de boi pendurado na vitrine de entrada. Fomos então a creperia CREP’ AND TEA, rue St Dominique, 139. Comemos um crepe de ratatoille e um crepe de quatro queijos, no prato.

Almoço na Creperia

Almoço na Creperia

Depois do almoço tomamos um café na Boulangerie do outro lado da rua, quase em frente a creperia. Caminhamos até a estação de metro mais proxima (Concorde) e voltamos ao hotel, proximo a estação de metro Convention. A noite usamos novamente o metrô (Convention a Sèvres-Babylone) para ir ao Le Bon Marche (enorme loja de departamentos), onde a Isabel comprou uma meia, alegando que estava bastante frio na cidade. Atravessamos a rua e fomos a Le Grand Epicerie, um enorme mercado gourmet, com uma variedade impressionante de temperos, especiarias, comidas, queijos e bebidas. Ficamos mais de duas horas andando entre as dezenas de prateleiras. Compramos azeites, temperos, queijos e vinhos. A noite jantamos pão ciabatta, queijo brie, pate de tomate seco, agriao e vinho Riesling 2006 meia garrafa (Alsace – Domaines Schlumberger, 4,90 euros). Da Le Grand Epicerie levei tambem um vinho branco Chablis 2007 meia garrafa (Domaine du Chardonnay, 6,40 euros)

No dia 1 de outubro comemos nosso petit dejeuner as 8:00 da manhã. A Isabel foi passear de onibus SightSeeing (tour de onibus pela cidade) enquanto eu fiquei no hotel para resolver o problema que enfrentava com a conexão wireless e adiantar os textos que ainda tinha para escrever. No meio da tarde deixei tudo isso de lado e resolvi conhecer as lojas de livros que ouvi dizer ficam proximas a estação de metro St Michel. Fui a pé até a estação de metrô Convention, onde tive que comprar os tickets de acesso nas maquinas eletronicas. Uma das maquinas nao funcionava e a fila estava grande para comprar na unica que funcionava e por um desses acasos não havia funcionario do guichê ‘Information’. Fiquei firme ali na enorme fila e observei uma media de 10% das pessoas pularem a catraca de acesso ao metrô, em geral todos jovens de 15 a 25 anos, com algumas exceções. Observei tambem que em Paris ha um sistema de cartoes recarregaveis chamado Navigo, onde insere-se um valor em dinheiro nas maquinas eletronicas e o cartão Navigo é recarregado com quantidades de passagens de metrô.

Do metro Convention fui ao metro Montparnasse e de lá ao metro Cité. Dali atravessei a ponte sobre o rio, vi de longe a igreja de Notre Dame, e já avistei as lojas de livros da St Michel, movimentada de pessoas. Antes porem caminhei por entre ruelas proximas e encontrei uma loja chamada Variantes, na rue St Andre des Arts, 29. Uma loja somente de jogos, muitos jogos de tabuleiros (boardgame), vi tambem cubo magico 6X6 e 7X7, lamentei o preço dos jogos, qualquer coisa não custava menos de 40 euros. Andei ate a quai Saint Michel, 23 (quai é rua ao lado do rio) e entrei na livraria Gibert-Jeune-Esoterism (www.gibertjeune.fr) e fiquei impressionado com a quantidade de assuntos sobre os quais havia livros esotericos, eram dezenas e dezenas de assuntos. Sem duvida os franceses compram mais livros que nós e leem mais livros que nós. Soube depois que a Universidade Sorbonne fica somente algumas centenas de metros dali. É uma universidade destacada na area de humanas, sendo seus alunos grandes frequentadores destas lojas de livros proximas a St Michel.

Peguei o metro na estação St Michel ate o metro Montparnasse e depois ate o metro Convention. No hotel encontrei a Isabel para irmos visitar a Place du Concorde e jantarmos em algum restaurante proximo a avenida Champs Elysees. Pegamos o metro Convention e descemos no metro Concorde. Caminhamos pela Place du Concorde ate a Champs Elysees, onde jantamos no Pizza Pino Restaurant, localizado na esquina com a Rue de Marignan. Pedimos duas massas como prato principal, uma taça de vinho tinto e dois cafes, total de 37 euros. Voltamos para o hotel de metrô, linha 1 com estação Franklin D. Roosevelt até estação Concorde, linha 12 com estação Concorde a estação Convention.

Pizza Pino Restaurant

Pizza Pino Restaurant

No dia 2 de outubro comemos o cafe da manhã no hotel, a Isabel saiu logo em seguida para seu curso de confeitaria no Hotel Ritz e uma sessão de compras gourmet, eu sai do hotel as 11:40 da manhã com meu laptop pois meu objetivo era ir ate o Centro Pompidou (www.centrepompidou.fr). Peguei o metro na estação Convention ate a estação Montparnasse, em seguida ate a estação Gare du Nord (linha 4), estação Les Halles (ainda linha 4). Sai da estação Les Halles e caminhei pela Rue Rambuteau ate encontrar o Centre Pompidou. Fiquei por lá folheando livros na livraria e navegando na internet na area Wi-Fi. No retorno para a estação de metro vi uma feira na Rue Montmartre e comprei umas azeitonas, andei ate a Rue Rivoli com a Rue du Louvre, comi um croissant pelo caminho, saquei 60 euros num caixa eletronico e acabei retornando a estação de metro Rambuteau, ao lado do Centre Pompidou. Da estação de metro Rambuteau (linha 11) fui a Chatelet (linha 4), depois a Montparnasse-Bienvenue (linha 4) e depois Convention (linha 12). Cheguei as 18:00 no hotel e dormi ate as 20:00 pois estava cansado. A Isabel chegou as 22:00 e contou-me como teve suas compras roubadas na Maison de la Truffe (www.maison-de-la-truffe.fr). Ela aprendeu que em lojas grandes e caras de Paris é uma boa ideia não descuidar de suas compras pois velhinhas a toa estão sempre a espreita para roubarem as sacolas de turistas desatentos. Há milhares de velhinhas em Paris, ocupadas e desocupadas, grande parte delas muito simpaticas e atenciosas, por isso para nós foi uma surpresa o acontecido.

No dia 3 a Isabel saiu muito cedo do hotel para o curso na escola de culinaria Le Cordon Bleu (www.cordonbleu.net). Eu sai mais tarde do hotel e fui novamente para o Centro Pompidou pois tinha pendencias a resolver na internet e o Wi-Fi do hotel eu nao havia conseguido acessar. Desci a pe ate a estação de metro Convention, neste momento eu tinha tickets de acesso pois havia comprado novamente 10 tickets no dia anterior. De metrô fui até a estação Montparnasse-Bienvenue onde troquei de linha para ir ate a estação Les Halles. Sai da estação e caminhei pela Rue Rambuteau ate o Centre Pompidou. Conectei o laptop na rede Wi-Fi porem nao fiquei muito tempo pois nas entrelinhas das regras de acesso estava escrito: “… apenas uma hora e meia de acesso a internet para cada usuario por dia …”. Tentei burlar o acesso mas nao foi possivel. Lembrei-me que num dos guias brasileiros que haviamos lido era informado os locais com acesso Wi-Fi gratis em Paris. Alem do Centre Pompidou havia os jardins do Trocadero, procurei uma estação de metro chamada Trocadero no mapa das linhas de metro e encontrei. Andei ate a estação Les Halles e de lá fui de metro ate a estação Chatelet, em seguida a estação Franklin D. Roosevelt (sentido La Defense) e de lá a estação Trocadero. Saindo da estação tem-se uma bonita visão da Torre Eiffel, porem nada de acesso Wi-Fi e ninguem com laptops a vista. Quando estava de saida dos jardins do Trocadero entrei meio sem saber em um Museu da Marinha Francesa, não paguei para entrar então gastei uns minutos em uma loja com livros e objetos de navegação. Da estação de metro Trocadero fui a estação Pasteur e de lá a estação Convention. Fiquei no hotel escrevendo pois estava cansado de passear. A Isabel chegou no final da tarde e estava muito feliz com o resultado de seu curso de culinaria na escola Le Cordon Bleu (www.cordonbleu.net). Ali perto do hotel Ajiel, onde estavamos hospedado, fomos ao mercado Champion comprar produtos para nosso jantar: queijos, vinhos e hortaliças. Bebemos dois vinhos meia-garrafa: branco Monbazillac 2007 – Chateau Polvere e tinto Beaujolais 2006 – Chateau de Verzier. No dia seguinte estavamos de partida para o Brasil, aproveitei então para preparar as mochilas. Ainda faltava o papel bolha, iamos tentar compra-lo amanha.

Vinho da A.O.C Monbazillac, é seco e doce, sem adição de acucar.

Vinho da A.O.C Monbazillac, é seco e doce, sem adição de acucar.

No dia 4 fizemos nosso cafe da manha no hotel e olhando pelo vidro proximo a mesa de onde estavamos sentado observamos uma loja de produtos de bricolagem. Dobramos a rua e entramos na loja, lá encontramos o ‘papier bule’ (papel bolha) para as garrafas que levariamos. Subimos ao nosso quarto e embalamos novamente as garrafas, desta vez com o papel bolha. Fizemos checkout no hotel porem deixamos nossas mochilas e mala na recepção pois o voo para o Brasil era somente no final da noite, 23:00hs, e nosso taxi estava marcado para 17:00hs.

Pela manha nosso objetivo era ir ao Museu do Vinho de Paris (www.museeduvinparis.com). Fomos de metro (Convention -> Pasteur -> Passy) até a Rue des Euax s/n, estaçao de metro Passy. Visitação a 9 euros por pessoa, mais 5 euros para degustar tres vinhos, total 14 euros por pessoa. O museu é todo construido como uma grande cave, em pedra, com seus corredores expondo diversos objetos representando diversos momentos do vinho na França. O local tambem possui um restaurante muito frequentado. Na degustação dos vinhos: branco (Slovenia), rose (Cotes Rhone) e tinto (Gaillac) nós resolvemos bater papo e demoramos quase uma hora.

Museu do Vinho em Paris, proximo do metrô Passy

Museu do Vinho em Paris, proximo do metrô Passy

Do Museu do Vinho precisavamos ir a Librairie Gourmande (Livros antigos e modernos de gastronomia e enologia), rue Montmartre, 90. Andamos até a estação de metro Passy e fomos a estação Sevres-Babylone, de onde fomos até a estação Concorde. Na estação Concorde pegamos o trem do metrô para a estação Grands Boulevards. Na Librairie Gourmande uma grande quantidade de livros de gastronomia e vinhos, comprei um pequeno livro chamado ‘Les 100 meilleurs vins pour une cave idéale’ a 2,90 euros. A Isabel tambem comprou um livro, mais um para juntar-se aos outros varios que já havia comprado. Para retornar andamos até a estação Les Halles, de onde seguimos até a estação Montparnasse-Bienvenue e depois para estação Convention. Fomos até o hotel e aguardamos o taxi marcado para 17:00.

Nossa ida de taxi até o aeroporto Charles de Gaulle teve um custo de 58 euros, resolvi dar 2 euros de gorjeta para o motorista senegales portanto terminou por custar 60 euros. Para nós foi uma boa escolha ter ido de taxi. Outras opçoes seriam metrô e trem, a partir da estação de metro Gare du Nord pegariamos o trem RER ate o aeroporto (custo de 1,60, metrô e 8,40, RER, por pessoa) ou poderiamos pegar a van do Paris Shuttle (www.parishuttle.com), custo de 20 euros por pessoa. Porem era necessario fazer o pagamento pela internet e imprimir o comprovante. Com as dificuldades de acesso nao encontramos local para imprimir este comprovante. De taxi foi muito menos cansativo que qualquer um dos dois. No aeroporto ficamos cerca de duas horas e meia até o checkin do voo abrir, despachamos nossas malas mais pesadas e sobrou apenas a bagagem de mão. Na entrada de acesso ao portao de embarque passamos por uma revista minuciosa, muito maior que na chegada. Embarcamos no voo TAM (www.tam.com.br) novamente com o MD-11, um aviao muito mais antigo e apertado que o Airbus que faz a mesma rota.

Com diferença de cinco horas no relogio, chegamos no Brasil as 6:30 da manha do dia 5 de outubro 2008, hora local. A Isabel tentou ir ao Free Shop mas desistiu devido a quantidade estrondosa de gente que estava por lá. Passamos pela saida na fila do ‘Nada a Declarar’ e pegamos um taxi para nossa casa. Enfim o Brasil, apos trinta dias de intensa e proveitosa viagem. Eu estava mais feliz do que podia imaginar. Obrigado!

Feira em Aix-en-Provence e Vinhos Chateauneuf-du-Pape

27-28-29 set 08
Aix en Provence-Avignon-Chateauneuf du Pape-Marseille

No dia 27 passamos a manhã e a tarde em Aix-en-Provence (www.aixenprovencetourism.com), visitamos a famosa feira ao ar livre da ‘Place des Prêcheurs’ e ‘Place de Verdun’. Almoçamos na rua Cours Mirabeu e ao fim da tarde fomos de carro para Avignon. No dia 28 pela manha fomos a pequena cidade de Isle sur la Sorgue distante poucos quilometros de Avignon, visitamos sua famosa feira de rua que acontece no centro antigo da cidade. No dia seguinte, 29, nosso plano era conhecer Chateauneuf-du-Pape (A.O.C. Chateauneuf-du-Pape) e ao fim do dia irmos a Marseille.

FEIRA DE RUA EM AIX-EN-PROVENCE

Aix-en-Provence é conhecida como a cidade do pintor Cezanne, o Monte Sainte-Victorie está proximo a cidade e foi pintado dezenas de vezes por Cezanne. A editora Taschen (www.taschen.com) possui livros sobre Cezanne, já folheei alguns em livrarias. O interessante desta estoria toda é que Cezanne deveria ser um atrativo somente a pessoas que se interessam por arte mas a organização turistica é tão boa que todos os turistas acabam por se interessar por Cezanne. Digamos que Cezanne fez Aix-en-Provence, os Papas catolicos fizeram Avignon e o vinho fez Chateauneuf-du-pape (pequena cidade com alto indice de turismo em torno do vinho de mesmo nome), enfim alguem precisa ser o cartao postal da cidade, a partir disto é preciso vender bem a ideia para então a cidade ser alçada a categoria de cidade turistica.

Acordamos no Hotel Campanile Oest em Aix-en-Provence, um pouco atrasados. Arrumamos todas as nossas bagagens no carro, pois ao fim do dia iriamos para Avignon, e fizemos o checkout no hotel. Seguimos as placas para o centro de Aix-en-Provence, estacionamos o carro em um estacionamento subterraneo (há muitos destes nas cidades da Espanha e França) na area central da cidade e seguimos a pe para as ruas movimentadas do centro antigo de Aix-en-Provence. Andamos alguns minutos e percebemos que nao tinhamos um mapa e portanto seria bem dificil encontrar a feira, voltamos e encontramos a Oficina de Turismo onde ganhamos um mapa do centro antigo da cidade. Alguns minutos depois encontramos a feira na Place des Prêcheurs e Place d Verdun, onde ela acontece de terça, quinta e sabado. Era um sabado e oficialmente a feira é somente pela manha, mas de 11:30, horario que chegamos, a 13:30 o local esteve cheio e funcionando a todo vapor. Observei que há muitos queijos, azeitonas e azeites, especiarias, sabonetes e perfumes artesanais, alem de muitos cogumelos. Algumas verduras são muito caras, como o alface, já queijos e azeites são baratos. Cogumelos apesar de serem muitos e de diversas especies não sao baratos. Lembro-me bem do cheiro intenso do morango, surpreendente.

cogumelo no mercado ao ar livre de Aix-en-Provence (França)

cogumelo no mercado ao ar livre de Aix-en-Provence (França)

Morango a venda na feira livre em Aix-en-Provence (França)

Morango a venda na feira livre em Aix-en-Provence (França)

A Provença é a regiao da trufa (http://pt.wikipedia.org/wiki/Trufa), pequeno e esquisito cogumelo que nasce debaixo da terra que não é possivel de plantar-se, para encontra-lo usa-se cães ou porcos treinados. De acordo com o livro Toujours Provence (1991, Peter Mayle – link para site) os porcos sao melhores que cães porem necessitam de maiores cuidados. Não encontramos trufas pois sua epoca vai de novembro a março. Na feira aproveitamos para comprar o que faltava de ingredientes para o nosso jantar e cafe da manha do dia seguinte: tomates, alface, azeitona verde e tapenades de berinjela e azeitona preta.

ALMOÇO NA COURS MIRABEAU

Terminada as compras na feira, chamada de Mercado de Aix nos guias de turismo, andamos a pé ate a Cours Mirabeau. Almoçamos no Irish Pub The Four Courts, não me ficou claro o porque de um pub irlandes em Aix-en-Provence. Pedimos um vinho rose Chateau Pigodet (www.pigoudet.com), garrafa 375 ml, Appelation Coteaux D’Aix en Provence Controlée.

Vinho Rose do Chateau Pigoudet

Vinho Rose do Chateau Pigoudet

Para comer pedimos umas bruschetta de cogumelos e legumes, servida numa tabua de madeira. Estava excelente, assim como o vinho rose.

Prato Bruschetta

Prato Bruschetta

NOVAS MOCHILAS E DISPARO DO ALARME

Terminado o almoço, resolvemos ir a uma loja da Decatlhon (www.decathlon.fr) ali perto pois julgamos que esta era uma boa hora para comprarmos novas mochilas ja que as nossas nao tinham mais espaço para as garrafas de vinho, livros e acessorios gastronomicos que compramos em cada lugar que visitamos. Eu tinha quase dois quilos de folhetos que recolhia por todo local que visitava, garrafas de vinhos portugueses, espanhois e franceses. A Isabel tinha ainda mais vinhos em sua mochila, alem de livros de gastronomia e azeites. Minha mochila tinha capacidade para 32 litros, muito pequena para o nosso tipo de viagem, a mochila da Isabel era de 50 litros. Resolvi comprar uma mochila de 60 litros (89,90 euros) e a Isabel uma mala de rodinhas com capacidade para 55 litros (45 euros). Porem, tive uma boa surpresa na loja Decatlhon de Aix-en-Provence, utilizando algumas poucas palavras em frances fiz a compra da mochila e da mala, a Isabel havia saido em busca de um banheiro, e antes de sair pela porta da loja inseri minhas sacolas de mão adquiridas na feira e a mochila de 60 litros recem comprada dentro da mala de rodinhas. Feito isso sai pela porta, percebi um som de apito mas nao dei atenção. Em seguida veio o guardinha da loja falando frances freneticamente, olhei pra ele e tratei de mostrar a nota fiscal, ele nao ficou muito convencido e entao eu fiz sinal para entrarmos na loja novamente. Dentro da loja eu mostrei pra ele quem me vendeu, ambos conversaram alguma coisa e ele me pediu que passassem com as coisas novamente pela porta de saida. Passei e nao apitou como da primeira vez, passei novamente e não apitou, assim fui liberado. Apos este sufoco aprendi que num pais em que não se fala a lingua é preciso executar somente procedimentos padroes, nada de inovar no script. Eu deveria ter saido com todas as compras na mao, apesar do incomodo de leva-las, e nao inserido tudo dentro da mala de rodinhas. Como mudei o script o guardinha levou um tempo a mais para entender o que havia acontecido.

A Isabel apareceu logo depois, sem encontrar banheiro em lugar algum pois este é um problema da França: estabelecimentos comerciais como lojas não disponibilizam banheiros e até agora não entendi o porque. Apenas alguns bares e restaurantes possuem banheiros para seus clientes, a Isabel estava inconformada e com razão. Ainda fizemos tentativas em outros locais mas nao encontramos. Pegamos o carro do estacionamento e saimos de Aix-en-Provence em direção a Avignon, que ficava 64 quilometros ao noroeste. Na estrada, numa area de parada (sempre vemos franceses fazendo piquinique nestas areas) que tem muito aqui na França, indicada por placas com o dizer ‘AIRE’, encontramos banheiros.

AVIGNON

Chegamos em Avignon (www.avignon-tourisme.com) no final da tarde, ainda estava de dia. Encontramos o Hotel Ibis sem muita dificuldade e nada comparado aos problemas de localização que enfrentamos em Evora (Portugal) e Jerez de la Frontera (Espanha). O Hotel Ibis era ao lado da Gare de Avignon e isto ajudou muito, sem duvida, pois apenas seguimos as placas que indicavam Gare de Avignon. ‘Gare’ são estações de trem, SNCF e TGV. Avignon foi sede do Papado Catolico na era medieval, por mais de cem anos. Imagino que deva ter acontecido uma briga feia em Roma e apos isto eles decidiram transferir para Avignon a sede da Igreja Catolica. Hoje em dia o castelo, jardins e aposentos da epoca dos Papas são as grandes referencias turisticas da cidade.

Estacionamos o carro no estacionamento abaixo do hotel, que imaginamos faça parte da Gare de Avignon. Pegamos apenas as coisas mais importantes e deixamos a mala com as garrafas de vinhos e a mochila de 60 litros dentro do carro. Antes de começarmos a preparar nosso jantar com o que comprarmos na feira de Aix percebemos que haviamos esquecido o pão. Fui então ate uma boulangerie (loja de pães) dentro dos limites da cidade antiga de Avignon, a cinco quadras do hotel.

Na manha do dia seguinte, 28/09, comemos nosso petit dejeuner no hotel. Nosso objetivo era ir ao mercado (feira livre) de Isle sur la Sorgue, pequena cidade a alguns quilometros de Avignon. De carro pegamos a saida para Orange, apos nos perdemos por quase 30 minutos. Em menos de uma hora estavamos em Isle sur la Sorgue, a pequena cidade estava cheia de gente e tivemos trabalho para estacionar o carro. A feira acontece aos domingos, com termino previsto as 12h00/13h00. Chegamos proximo das 12h00 e aproveitamos a feira pouco mais de uma hora, o que considerei tempo suficiente. Compramos pães, banana, tapenades, azeitonas, tomates e flor de sal. Deixamos Isle sur la Sorgue e seguimos para Carpentras, cidade famosa por suas trufas. Como era domingo não encontramos nada aberto então apenas circulamos de carro alguns minutos e retornamos para Avignon.

Em Avignon, no hotel, resolvi descansar enquanto a Isabel visitava o centro antigo e o Castelo Papal, a maior atração turistica da cidade de Avignon. A noite tomamos um cafe no restaurante do hotel e jantamos o que haviamos comprado na feira de Isle sur la Sorgue, mais o vinho branco portugues Paço de Teixeró 2007 (www.pacodeteixero.pt), o que nos fez relembrar Portugal. No dia seguinte, 29/09, decidimos visitar a pequena cidade famosa pelos vinhos Chateauneuf-du-Pape.

CHATEAUNEUF-DU-PAPE

Dia 29/09 pela manha fizemos checkout no hotel Ibis (Gare de Avignon), carregamos o carro com as bagagens e partimos para Chateauneuf-du-Pape, distante poucos quilometros de Avignon. Por sorte não erramos o caminho pois pega-se uma estrada municipal para chegar a cidade de Chateauneuf-du-Pape. Pouco antes de se entrar nos limites da cidade as plantações de uvas já começam a aparecer, para então descortinar-se uma enorme quantidade de Chateaux com placas onde lia-se: ‘Degustação e Venda’.

Chateauneuf-du-Pape (França)

Chateauneuf-du-Pape (França)

Seguimos direto para o centro antigo da cidade, estacionamos o carro e fomos a Oficina de Turismo onde pegamos dois mapas e nos informamos sobre os Chateaux que aceitavam visitas naquele dia. Consultamos o mapa e decidimos ir ate o Chateau de La Gardine.

Office de Tourisme em Chateauneuf-du-Pape

Office de Tourisme em Chateauneuf-du-Pape

De carro fomos ate o Chateau de La Gardine que ficava proximo, porem fora da cidade. Em 10 minutos, a partir do momento em que ligamos o carro, já estavamos lá. Não gostamos do sistema deste Chateau pois fomos atendidos como se fossemos compradores de varias garrafas de vinho. Na verdade queriamos aprender sobre o vinho e a região em que é produzido. No sistema do Chateau de La Gardine fomos convidados a degustar todos os vinhos da casa e então comprar algumas caixas. Recusamos a oferta e saimos. Aproveitamos para curtir a paisagem proporcionada do patio de entrada, muito bonita com o Rio Rhone ao fundo e as plantações de uvas em primeiro plano.

Vista da entrada do Chateau La Gardine

Vista da entrada do Chateau La Gardine

Para apagar a má impressão do Chateau de La Gardine resolvemos ir ao Musée du Vin da Maison Brotte (www.brotte.com), assim teriamos uma boa chance de aprender algo sobre os vinhos Chateauneuf-du-Pape. O museu é bonito e organizado, com muito material e informação sobre a região e os vinhos de Chateauneuf-du-Pape. O pacote que pagamos incluia a degustação de dois vinhos, experimentamos o rose Tavel e o branco Chateauneuf-du-Pape. O rose foi surpreendente e compramos uma garrafa para trazer (custo 9 euros). No dia seguinte vi em minhas anotações e lembrei que no livro ‘Toujours Provence’ o autor Peter Mayle cita o vinho rose Tavel como o melhor vinho rose da Provença. Compramos tambem uma garrafa do branco Maison Brotte Chateauneuf-du-Pape. Encontramos no museu um casal de brasileiros em lua de mel, Pedro e Paloma, tinham acabado de chegar de Paris e tambem estavam de carro fazendo algumas cidades famosas pelos vinhos.

Musee du Vin - Maison Brotte

Musee du Vin - Maison Brotte

Terminada nossa visita ao museu pretendiamos realizar mais uma visita a uma cave e escolhemos a Maison Boauchon (www.maisonbouachon.com), que ficava dentro da cidade. Desta vez fomos surprendentemente bem atendidos, falamos que eramos do Brasil e o rapaz que nos atendeu disse que uma biologa que trabalhava na Maison era brasileira. Falamos a ele sobre nossa viagem e o que buscavamos. Ele pareceu entender e nos explicou tudo sobre a região e os vinhos Chateauneuf-du Pape. Visitamos a cave e aprendemos que quando um vinho não respeita as regras de nenhuma A.O.C ele é um vinho de mesa, vinhos Chateauneuf-du Pape devem ser armazenados pelo menos dois anos em barricas novas de carvalho, quando então os vinhos monovarietais são misturados em barris grandes (na Espanha chamados de Balseiros). Depois são envelhecidos mais 9 meses quando então são filtrados e engarrafados. Cada barril de carvalho pode ser usado no maximo 4 anos.

Cave na Maison Bouachon, em Chateauneuf-du-Pape (França)

Cave na Maison Bouachon, em Chateauneuf-du-Pape (França)

Na Maison Bouachon degustamos dois vinhos tintos Chateauneuf-du Pape (2005 e 2006) e um branco 2007. Compramos uma garrafa do tinto 2006 a 18 euros. Terminada a visita seguimos pela autoestrada A7 em direção a Marseille, passando proximo a Avignon e Cavaillon. No caminho paramos no posto Total proximo a Lançon de Provence, a 40 km de Marseille, ao lado havia um Hotel Mercury. Neste posto, que na verdade era um misto de lanchonete, mercado e livraria, comprei o livro ‘Les Plus Grans Vins de France’, custo 20 euros.

MARSEILLE

Chegamos de carro a Marseille proximo das 17:00, o transito estava carregado. Havia me precavido no dia anterior ao comprar o mapa Michelin da cidade de Marseille (5,60 euros). Nosso objetivo era encontrar a Gare St Charles onde devolveriamos o Peugeot 207 na locadora de veiculos Europcar. Atraves do mapa conseguimos encontrar a Gare St Charles porem o transito estava intenso e em frente a Gare estacionamos o carro no primeiro estacionamento subterraneo que encontramos, proximo a estação de trem. A pe, sem as mochilas, descobrimos onde era o hotel que nos hospedariamos (ficava 100 metros da estação) e onde era a Europcar. Fomos ao carro, pegamos as mochilas e as levamos para o Hotel Vertigo (www.hotelvertigo.fr), rue des Petites Maries, 42, um hotel apenas razoavel, nao possuia TV e o quarto era bem velho, porem sua area de convivencia e localizaçao em frente a Gare tornava-o razoavel. Saimos do hotel com pequenas mochilas e fomos a Europcar, lá explicamos onde deixamos o carro e a funcionaria pediu nosso cartao de estacionamento. Minutos depois ao sairmos da Europcar lembramos que nao haviamos preenchido o tanque com gasolina, porem nao podiamos mais sair com o carro pois haviamos deixado o ticket de estacionamento com a funcionaria. Voltamos a Europcar e a moça que nos atendeu havia rasgado o ticket, ela entao deu-nos um papel com um numero e nos disse para utiliza-lo ao tentar sair com o carro do estacionamento. Fizemos o combinado porem ao tentar sair com o carro não conseguimos nos fazer entender completamente pelo funcionario do estacionamento. Neste momento estavamos furiosos, confusos e com raiva. Resolvemos entao entregar a chave do carro com todos estes problemas ainda por resolver, voltamos a Europcar e na fila percebemos que deixamos no carro o contrato de locação, voltei novamente ate o carro para pegar o documento. Apos entregar finalmente a chave e os documentos estavamos exaustos, fisica e mentalmente.

Enfim, uma sucessão de erros de nossa parte e do outro lado uma pessoa de má vontade e provavelmente fazendo um trabalho do qual não gosta. Para eliminarmos um pouco este sentimento ruim resolvermos descer a pe a avenida em frente a Gare St Charles e conhecer o porto de Marseille. Andamos alguns minutos e chegamos ao porto, caminhamos pela calçada proxima ao bares e chegamos a pedir sorvetes. Ali perto resolvemos ir a Galeria Lafayete, onde compramos comida para nosso jantar a noite no hotel. Voltamos a pe pelas mesmas ruas que haviamos ido e antes de irmos para o hotel fomos ate ao guiche de atendimento do trem TGV perguntar se havia necessidade de validarmos nossos bilhetes impressos da internet para a viagem do dia seguinte. A resposta foi que não havia necessidade, com o proprio bilhete impresso da internet podia-se viajar. As 20:00 estavamos de volta ao hotel.

Aprontamos rapidamente nosso jantar, abrimos dois vinhos de meia garrafa, um rose cotes de provence e um tinto pinot noir, acompanhados de sanduiche de queijo com salada e tapenades. Ainda tentei sem sucesso conectar-me a internet, estava atrasado com minhas publicações na internet. Fui na recepção e na sala de convivencia, mas a ajuda que recebi não foi suficiente. O sistema encontrava a rede wireless do hotel, solicitava autenticação mas depois disto nada acontecia, como se os dados de autenticação fossem enviados diretamente para um buraco negro.

No dia seguinte, 30/09, acordamos muito cedo e fizemos nosso cafe da manha no proprio quarto pois haviamos comprado comida suficiente. As 6h40 ja estavamos na gare aquardando o trem TGV para Paris. As 7h30 da manha o trem TGV de dois andares partiu para Paris.

Sistemas Provençais e Rotas da Cote D’Azur (França)

25-26 set 08
Frejus-Cote D’Azur (Cannes-Nice-Monaco)

No dia 25 seguimos em direção a Provença, de carro, viajamos desde Barcelona na Espanha a Frejus na Cote D’Azur (França), cruzando inumeras cidades do interior da regiao sul da França. No dia 26 visitamos o Chateau Des Demoiselles, em Le Muy, proximo a Frejus. Depois seguimos para Cannes, Nice e Monaco, onde nos surpreendemos com a paisagem e as diferencas. No inicio da noite nos hospedamos no Hotel Campanile em Aix-en-Provence (França).

NOVAMENTE FRANÇA

Apos nossa saida da Espanha e entrada na França, de carro, seguimos pela A7 ate Perpignan e A9 passando por Narbonne e Beziers, ate Montpellier, cidades da regiao do Languedoc. Proximo a Perpignan ha placas indicando Andorra (link wikipedia), um pequeno pais entre a Espanha e a Franca, que possui um sistema de governo baseado na diarquia. Apos Montpellier seguimos pela autoroute A9/E15 ate Nimes, onde pegamos a A54, passando por Arles e Salon-de-Provence, cidades na regiao da Provença. em seguida pegamos a A8 para Aix-en-Provence. Na saida 38 da A8 seguimos para a cidade de Frejus, onde nos hospedamos na noite do dia 25. O hotel Campanile faz parte de uma rede de hoteis franceses. Ha mais de 300 hoteis Campanile na França, o que nos hospedamos em Frejus (Cote D’Azur) era muito bom: novo, espaçoso, limpo, internet wi-fi incluido, preço 58 euros/casal.

COTES DE PROVENCE (CHATEAU DES DEMOISELLES)

Pela manha do dia seguinte fizemos nosso petit dejeuner no Hotel Campanile e em seguida carregamoss o carro com nossas mochilas e partimos. Nosso plano inicial era visitar um Chateau de vinho rose da A.O.C. Cotes de Provence. Como nao haviamos feito reserva antecipada em nenhum chateau, por indicação de um folheto de turismo resolvemos ir ate o Chateau Des Demoiselles. Seguimos as orientações do folheto que informava que 11:30 iniciava a visitação. De Frejus pegamos a autoroute A8, saida 36, passamos por Le Muy, seguindo para Callas, onde encontramos o Chateau Des Demoiselles, as 11:33, portanto não fizemos a visitação que iniciou as 11:30. Aguardamos por 20 minutos na area externa do chateau, de frente para as plantações de uvas tendo ao fundo uma bonita paisagem. Na loja do Chateau Des Demoiselles degustamos dois vinhos: um branco de um rose.

Chateau Des Demoiselles, proximo de Frejus (Provence)

Chateau Des Demoiselles, proximo de Frejus (Provence)

CANNES E OS RESTAURANTES DE LUXO QUE NÃO LEMBRAM NOSSOS BOTECOS DE PRAIA

As 12:10 partimos para Nice, seguindo pela autoroute A8. Na estrada começamos a ver placas indicando para Cannes e resolvemos conhecer esta cidade de praia da Cote D’Azur tão comentada e famosa, principalmente pelo Festival de Cinema de Cannes que acontece anualmente. Seguindo as indicações das placas entramos nas ruas da cidade e apos de 20 minutos de transito razoavel conseguimos encontrar a avenida da praia. Algo que reparamos aqui nas cidades da região da Cote D’Azur são os preços mais altos (o pedagio por exemplo, sao muitos e em geral proximo a 10 euros) e uma maior quantidade de pessoas e transito. Nada que se compare ao fim de tarde nas ruas de Sao Paulo (capital), portanto estavamos tranquilo.

Postais numa banca de jornal em Cannes

Postais numa banca de jornal em Cannes

Deixamos o carro em um estacionamento subterraneo proximo ao porto de Cannes. O estacionamento estava lotado e já esperavamos que umas duas horas de estacionamento sairia bem caro, no fim foram ‘apenas’ 4,80 euros para pouco mais de duas horas. No calçadão da orla encontramos a Oficina de Turismo, vimos o Grand Auditorium onde é realizado o Festival de Cinema, experimentamos sorvete a 2 euros a bola e caminhamos na areia da praia apreciando a beleza do lugar. Observamos a tranquilidade dos restaurantes que servem na areia da praia, com suas cadeiras confortaveis apropriadas para uma boa refeição e um merecido descanso. Enfim, um lugar relativamente calmo, confortavel, de clima quente que combina bastante com vinho rose, foi o que concluimos. Ha tambem muitas lojas de grifes de roupa e marcas de produtos caros, alem de Cafes, nas ruas proximas e de frente para a praia. Com base nos folhetos da Oficina de Turismo, os hoteis na orla de Cannes possuem preços impraticaveis a nossos bolsos porem os hoteis distantes tres a quatro quadras da orla praticam preços mais realistas. Os restaurantes com mesas na areia possuem um sistema que nunca vi praticarem no Brasil, são uma mistura de restaurante de luxo (que no Brasil são aqueles que cobram 80 a 100 reais em um prato) com boteco de praia (cerveja a 3 reais com porção a 7 reais servidas na mesa de frente para a praia). Não praticam preços impossiveis porem sao caros aos nossos bolsos.

Praia de Cannes (cote D`Azur - França)

Praia de Cannes (cote D`Azur - França)

NICE PROIBE QUALQUER TIPO DE ESGOTO NA PRAIA

Nos despedimos de Cannes e fomos para Nice, seguindo novamente pela autoroute A8. Na saida de Cannes começa-se a ver placas de transito indicando para Monaco, o micro-estado mais populoso e com a maior concentração de renda do mundo. Como era inicio de tarde, planejamos tambem uma visita rapida a Monaco. Nice é uma cidade muito maior que Cannes, com o segundo aeroporto mais movimentado da França. Nice tambem possui uma historia peculiar, tendo sido uma cidade italiana ate o ano de 1857, portanto é uma cidade onde encontramos algumas sinalizaçoes e cardapios tambem em italiano. Garibaldi, o italiano que no seculo 19 viveu no Brasil e tornou-se um heroi da Revolucao Farroupilha nasceu em Nice. Caminhamos alguns minutos pela orla, chovia um pouco, colocamos o pe no mar, curioso que a agua estava clara, quase azul, imagino que a Prefeitura (Mairie) de Nice proiba severamente despejar esgoto no mar, pois estavamos numa das praias mais proximas do centro da cidade. Almoçamos ali perto, no restaurante Les Jardins du Capitole, na Promenade des Anglais, 52, esquina com a Rue Andrioli.

Restaurante que almoçamos, em Nice (Cote D`Azur - França)

Restaurante que almoçamos, em Nice (Cote D`Azur - França)

PRINCIPADO DE MONACO E OS BARCOS QUE POUSAM ATE HELICOPTERO

Saindo de Nice dirigimos 17 quilometros por ruas montanhosas até Monaco. Alguns quilometros antes, ainda em Nice, na estrada, em uma regiao alta, avista-se uma baía a qual nao sei o nome, muito bonita, com muitos barcos de passeio e cruzeiros estacionados. Na estrada ha um area de estacionamento onde se pode parar para observar este bonito cartão postal.

Baia em Nice, vista da estrada que segue para Monaco

Baia em Nice, vista da estrada que segue para Monaco

Na chegada a Monaco nos impressionamos com a limpeza das ruas e predios. São muitos predios, varios deles construidos junto as montanhas que delimitam Monaco. As ruas movimentadas e estreitas não nos davam muita chance de observar as coisas com calma então resolvemos estacionar o carro e andar a pé. Deixamos o carro num estacionamento subterraneo numa das ruas proximas ao porto de Monaco. Novamente pensamos que pagariamos carissimo para deixar o carro lá, mas nos surpreendemos ao descobrir que para o tempo que ficariamos (no maximo duas horas), era gratis. Há muitos carros caros andando pelas ruas (ferrari, bmw, rolls royce, mercedes, etc) e a impressão que dá é que todas essas pessoas vão lá para se encontrar (eventos, como o Monaco Yacht Show), jogar (Cassino de Monaco), morar (numa materia na internet li que a maior fonte de renda do principado são os imoveis) ou fazer turismo (nós e muitos outros que estavam por ali).

Principado de Monaco

Principado de Monaco

Nesta viagem descobri que me agrada ver barcos com design arrojado ou com algum aparato tecnologico diferente. Imagino toda a parafernalia de tecnologia de engenharia, construção e software que é necessario para fazer um negocio desses funcionar corretamente. No porto da Ilha da Madeira vi o enorme navio de passageiros que descarregou mais de uma centena de carros com passageiros e tres tubos do tamanhos de caminhoes-cegonha alem de modernos barcos de competição, no porto de Lisboa e Sanlucar de Barrameda alguns barcos de passeio, em Barcelona um impressionante barco de nome Reverie e outro de nome Balearia, mas nada disso comparado ao que vimos em Monaco. Coincidentemente visitamos Monaco no dia do evento Monaco Yacht Show (24 a 27 set 2008). Este evento permitia que o participante visitasse todos os modernos barcos que estavam no porto de Monaco expostos no evento. Obvio que não participamos deste evento mas nos colocamos na rua ao lado do porto e observamos toda esta movimentação de uma posição privilegiada.

Porto principal de Monaco

Porto principal de Monaco

Encerrada nossa visita a Monaco partimos pela autoroute A8 em direção a Aix-en-Provence. Duas horas e meia depois de viagem pela rodovia encontramos o Hotel Campanile Oest em Aix-en-Provence. Nossos elogios a este hotel pois apesar de não termos mapas de Aix-en-Provence conseguimos encontrar o hotel pelas sinalizações disponiveis nas ruas. O quarto possuia internet wi-fi, era espaçoso com moveis novos, muito limpo, custo de 66 euros/casal (sem cafe da manha, que era opcional).

IDA COM POUCA BAGAGEM, RETORNO COM MUITA BAGAGEM

Nesta viagem, o hotel ideal necessita ter: indicações de transito para encontra-lo mesmo a noite (isto é muito importante), limpeza nas dependencias, duas ou mais tomadas eletricas, geladeira (para nossos vinhos brancos), internet Wi-Fi incluido na diaria, mesa para lanche, chuveiro com banheira (lavamos as roupas mais facilmente na banheira), TV (para informacoes locais). Nossas roupas são basicamente duas calcas e duas camisetas para cada um, um par de tenis e um par de chinelos. São roupas feitas de material especial utilizada por atletas de longas caminhadas, portanto roupas leves, resistentes e faceis de secar. Nossa viagem de 30 dias possui muitos deslocamentos, com diversos tipos de transporte, necessitando portanto de uma otimizacao e planejamento maximo da carga a se levar na mochila. Nossas roupas e acessorios foram adquiridos em lojas no Brasil: Decathlon (www.decathlon.com.br), Pe na Trilha (www.penatrilha.com.br) e Mundo Terra (www.lojasmundoterra.com.br).